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Na Torre é proibido falhar

Volta sem Torre não é a mesma coisa! A única categoria especial da Volta a Portugal espera pelo pelotão esta quinta-feira, apenas dois dias depois de ter enfrentado a Senhora da Graça. Os candidatos à geral estão proibidos de falhar nesta quarta etapa. E é o momento para um ciclista ficar na história da corrida, numa daquelas etapas que os trepadores sonham ganhar.

A Guarda recebe a partida para os 148 quilómetros, sendo a etapa em linha mais curta da Edição Especial da corrida. Os corredores até começam a descer, mas a segunda categoria nas Penhas Douradas irá ser um primeiro teste. Contudo, a expetativa é que as decisões fiquem guardadas para os 20 quilómetros finais, via Covilhã, o lado de ascensão mais difícil.

Com quatro etapas ainda por disputar a seguir, não se pode dizer que a Serra da Estrela vá decidir o vencedor, mas poderá colocar fora da lista de candidatos um ciclista que não se apresente na melhor condição, como tanto já se viu. Gustavo Veloso, por exemplo, sabe bem como a Serra da Estrela pode ser madrasta, ele que, apesar de ter o companheiro da W52-FC Porto como líder da Volta, continua em boa posição, sendo uma arma importante para a equipa, numa perspetiva tática.

Amaro Antunes até sabe o que é ganhar uma etapa da Serra da Estrela. Porém, em 2017, a tirada passou por lá, mas não terminou na Torre. O algarvio terá a oportunidade de tentar vencer as duas subidas mais importantes da história da Volta a Portugal, mas Frederico Figueiredo (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel) terá uma palavra a dizer, ele que gosta deste tipo de subidas.

Mas será um dia muito importante para a Efapel. A etapa da Senhora da Graça correu mal para Joni Brandão e companheiros e há que recuperar o 1:20 minutos de desvantagem para se recolocar na luta pela amarela. Situação idêntica para Vicente García de Mateos, com a Aviludo-Louletano até ter de fazer bem melhor se quer colocar novamente o espanhol no pódio final. Está a 1:25.

João Benta será uma das preocupações da Rádio Popular-Boavista, pois está de olhos postos no pódio. Porém, a equipa tem ainda Hugo Nunes como líder da montanha, uma camisola que é para tentar manter.

A Serra da Estrela não se faz apenas de candidatos à geral. Haverá quem irá atrás da vitória de etapa. Henrique Casimiro (Kelly-Simoldes-UDO), Ricardo Vilela ou talvez o colega da Burgos-BH (algo discreto até agora), José Neves são possíveis apostas.

Um pouco de história

No atual pelotão, só está um ciclista que venceu na Torre, pois, recorde-se, nem sempre a etapa da Serra da Estrela tem terminado lá no alto. Em 2019 João Rodrigues começou a mostrar como era candidato à vitória na Volta que viria a conquistar. Em 2008 e 2014 foi Rui Sousa o vencedor. Recuando a 2000, foi um ano marcante para Vítor Gamito, pois não só ganhou na Torre como finalmente viria a conquistar a Volta.

Entre estrangeiros temos nomes bem conhecidos de outros tempos, casos dos espanhóis David Blanco (2010) e Santiago Pérez (2001), Claus Moller (2002) e o italiano Wladimir Belli (1998).

1997 foi um ano muito especial. É que não se passou uma vez na Torre. Foram duas etapas consecutivas a terminar naquele local. Era uma Volta de 14 etapas e na sétima (partida em Portalegre, 186,6 quilómetros) e oitava (início em Belmonte, 113,8) o pelotão teve de subir ao ponto mais de Portugal Continental. Os italianos Francesco Secchiari e Michele Laddomada foram os vencedores, respetivamente.

A partida esta quinta-feira será dada no Parque Urbano do Rio Diz, na Guarda, às 12h55, com a chegada Torre a estar prevista entre as 17h15 e 17h30.